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Automação de processos é o Calcanhar de Aquiles das empresas brasileiras

Automação de processos é o Calcanhar de Aquiles das empresas brasileiras

Dell Technologies e Intel anunciam os resultados de um estudo sobre maturidade de TI no Brasil, levantamento que demonstra um avanço das companhias em relação ao tema de Transformação da TI nos últimos 12 meses, entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer para que os ambientes tecnológicos acompanhem o ritmo acelerado de digitalização das corporações

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A Dell Technologies e a Intel anunciam essa semana os resultados da segunda edição do estudo IT² – Benchmark da Maturidade da Infraestrutura de TI no Brasil, encomendado para a IDC Brasil. O levantamento anual tem como objetivo identificar como a infraestrutura de TI das empresas brasileiras está preparada para suportar a transformação digital dos negócios.

 

A pesquisa deste ano identificou que, em uma escala de 0 a 100, as companhias instaladas no país atingiram uma nota média de 46,4 pontos, contra 43,7 na edição anterior. O resultado demonstra um avanço das companhias em relação ao tema de Transformação da TI nos últimos 12 meses, entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer para que os ambientes tecnológicos acompanhem o ritmo acelerado de digitalização das corporações.

 

A segunda edição do estudo entrevistou 250 profissionais responsáveis pela decisão de compra da infraestrutura de TI de empresas privadas, com mais de 250 funcionários. A análise, realizada no quarto trimestre de 2018, avaliou três grandes indicadores essenciais para a maturidade dos ambientes tecnológicos para suportar a transformação digital dos negócios: Processos Internos e Cultura, Automação de Processos e Modernização da Infraestrutura.

 

O estudo aponta que, a exemplo do ano anterior, a Automação de Processos foi o tema com os resultados mais baixos (média de 35,7 pontos) entre os indicadores. Em seguida aparece a Modernização da Infraestrutura (com 46,3 pontos) e os Processos Internos e Cultura (com 57,2 pontos).

 

“Uma das questões que chama a atenção no estudo deste ano é que as empresas brasileiras apresentaram uma melhora importante na questão da Modernização da Infraestrutura, com crescimento de mais de quatro pontos: saltando de uma média de 42, em 2018, para 46,3 neste ano. Porém, a nota geral, mesmo nesse quesito, continua a ser baixa, pois não atinge nem a média, que seria de 50 pontos”, pontua João Bortone, diretor-geral de Vendas de Soluções para Data Center da Dell Technologies no Brasil.

 

Segundo o executivo, os números confirmam que começa a existir uma mudança de comportamento, com uma tendência de aumento na modernização proativa da infraestrutura de TI, no entanto cerca de 40% das empresas ainda seguem com um modelo reativo, no qual só realizam investimentos na atualização ao término de garantia ou contrato, em vez de priorizarem a otimização de workloads. “Um cenário que pode gerar gargalos para o negócio, na medida em que os ambientes tecnológicos não estejam preparados para suportar o ritmo de digitalização das empresas”, acrescenta.

 

Modernização da Infraestrutura: hiperconvergência está no radar de 31% dos gestores de TI

 

O estudo demonstra que, enquanto as organizações exigem respostas cada vez mais ágeis e flexíveis da TI, muitas empresas têm priorizado tecnologias modernas que atendam a esses requisitos.

 

Como reflexo, 16,8% dos líderes consultados afirmam já utilizar soluções hiperconvergentes, consideradas essenciais para garantir mais agilidade no atendimento a novas demandas na camada de infraestrutura, e outros 14,8% planejam implementar nos próximos 12 a 24 meses.

 

Por outro lado, 30,8% afirmam que não pretendem adotar esse tipo de solução e 21,6% admitem desconhecer o termo hiperconvergência.

 

 

Como sua empresa avalia soluções hiperconvergentes?

 

A boa notícia é que o levantamento deste ano revela que 67% das companhias planejam aumentar os orçamentos dedicados à segurança da informação em 2019, mantendo assim esse tema como a principal prioridade da área de TI, citada por 31% dos entrevistados.

 

O estudo mostra também que a maior parte das empresas (45%) tem priorizado investimentos em virtualização como parte do caminho para modernização da infraestrutura de TI. Além disso, o levantamento mostra uma desconfiança dos gestores de TI em relação à migração para cloud pública, com só 6% das empresas (contra 7% em 2018) pretendendo ter 100% das cargas de trabalho nesses ambientes em 24 meses. Enquanto cresce (saltou de 38% para 40%) o número de companhias que pretendem não ter qualquer workload em nuvem pública nos próximos dois anos.

 

“O estudo traz um indicador excelente de quanto o mercado brasileiro está motivado a investir em inovação e em recursos que promovam a transformação digital, enquanto aumentam a segurança de suas infraestruturas e dados”, afirma André Ribeiro, diretor de Novos Negócios da Intel Brasil. “Isso faz total sentido dentro da nossa estratégia de ampliar os limites da tecnologia para fazer com que o sonhado futuro não só aconteça, como traga as experiências mais incríveis para os consumidores e clientes.”

Automação de Processos

 

Mesmo com um ligeiro avanço em relação ao estudo de 2018, saltando de 33,7 para 35,9 pontos neste ano, a Automação de Processos se mantém como o item pior avaliado entre os requisitos para que as organizações brasileiras tenham infraestrutura de TI preparada para a transformação digital. Poucas empresas disseram apresentar os recursos necessários para tarifar as áreas pelo uso efetivo da tecnologia.

 

Apesar de 22,4% das companhias citarem que a área de TI já cobra das áreas usuárias pelo efetivo uso dos recursos de tecnologia, só 6,8% afirmam ter menus de autoatendimento completos para que as diversas áreas da empresa provisionem recursos tecnológicos de acordo com a necessidade delas.

 

O estudo aponta que a virtualização tem sido o principal ponto avaliado pelos gestores da infraestrutura de TI para automatizar a gestão dos ambientes e ter mais flexibilidade para atender novas demandas. Os servidores seguem como os recursos mais virtualizados pelas empresas, com 73,6% dos entrevistados indicando que apresentam de 51% a 100% do processamento em máquinas virtuais.

 

Ainda de acordo com o levantamento, 39% das empresas já adotam multicloud, mas 26,8% trabalham em ambientes isolados, sem ferramentas de orquestração, integração e governança – o que não permite colher todos os benefícios da nuvem híbrida.

 

Processos Internos e Cultura

 

O terceiro pilar analisado pelo estudo da IDC, a questão de Processos Internos e Cultura, foi o item com maior pontuação, 57,2 (contra 55,2 em 2018), na análise da maturidade da infraestrutura de TI das empresas para suportar a digitalização dos negócios. Os dados mostram no entanto, que apenas um em cada três executivos consultados considera que a área de Tecnologia da Informação representa um diferencial competitivo na visão das áreas de negócios. O que deve-se, principalmente, a uma dificuldade do time TI em comprovar o valor para as organizações.

 

Um dos sinais de que essa realidade começa aos poucos a mudar está no fato de que, quando questionados sobre os critérios para decisão de escolha de soluções tecnológicas, o preço das soluções aparece tecnicamente empatado com a análise de ROI (retorno sobre investimento) e atualização tecnológica.

 

“Após dois anos de dificuldade econômica, com investimentos restritos, é natural que os orçamentos de TI estejam limitados e precisem ser otimizados, o que justifica o fato de o preço da solução ser um fator fundamental para viabilizar os projetos. No entanto, sem clareza do ROI e do TCO (custo total de propriedade), a possibilidade de otimização do orçamento tende a ficar restrita”, afirma Pietro Delai, gerente de Pesquisa e Consultoria da IDC Brasil.

 

“Novas tecnologias, por exemplo, tendem a ser mais estáveis, performáticas e energeticamente eficientes, possibilitando ganhos futuros com otimização de budget. Sem olhar para esse TCO, o gestor continuará a ter dificuldades para garantir uma sobra de dinheiro para investir em inovação”, complementa.

 

Vale destacar que, a exemplo do ano anterior, mais de 50% dos dos orçamentos de TI das organizações está dedicado a manter o legado (em 62,4% das empresas consultadas), enquanto outros 42,02% são dedicados à inovação.