O ABN AMRO, após seis anos fora do Brasil, retornou em 2013 com um foco bem diferente daquele que o fez conhecido em sua associação com o Banco Real. Um dos produtos oferecido pelo banco para clientes não residentes é a liquidação de Empréstimo ou Aluguel de Ativos, uma modalidade importante para quem investe em ações, mas não pretende negociar seus ativos no curto prazo.

Apesar de se tratar de um produto necessário para investidores, o empréstimo ou aluguel de ações vivia uma realidade peculiar em termos de tecnologia no país: carecia de soluções de software que automatizasse todo o processo. Sílvio Teixeira, Chief Tecnology Officer da divisão de Clearing do ABN AMRO, conta que ao ouvir os executivos de negócios do banco, ficou clara a necessidade de um software desenhado especificamente para atender os clientes de aluguel de ações, dando-lhes autonomia, ao mesmo tempo em que facilitasse o dia a dia de operadores de mesa e bankers.

Teixeira relembra que havia ainda uma outra questão. O sistema que buscavam deveria estar em conformidade com as regras do Projeto de Integração da Pós-Negociação (IPN2), da B3, que teve como objetivo de unificar suas clearings — câmaras de compensação, liquidação e gerenciamento de risco de operações. “O fato, à época, é que ninguém conseguia controlar o processo todo de aluguel de ações, por isso grande parte era realizada de forma manual. Não existia nada pronto no mercado, muito menos em conformidade com o IPN 2”, contou o CTO do ABN AMRO Clearing Brasil.

A situação começou a mudar quando, em um evento da B3 em Campos do Jordão, sua equipe tomou conhecimento de uma solução que poderia ser a reposta às suas necessidades: o 3FM&S, da 3CON, consultoria brasileira que já tinha uma solução pronta. “O aplicativo era tão aderente que ficou claro que quem o concebeu tinha grande expertise do mercado de capitais”, relatou. O 3FM&S (Financial Market & Solutions) é uma suíte composta pelos sistemas de Aluguel de Ações e Simulador de Risco já em conformidade com as diretrizes do projeto IPN, da B3.

Plug and play e payback imediato

Depois de meses em busca de solução e de sondagens de mercado, o ABN AMRO se decidiu pela adoção do 3FM&S, da 3CON. Teixeira explica que os critérios de escolha foram baseados na expertise em desenvolvimento de software unido ao conhecimento do mercado financeiro por parte da consultoria. “Escolhemos a 3CON por já possuir um relacionamento com a nossa operação e conhecer a arquitetura tecnológica com que trabalhamos, além de atender os requisitos de nosso mercado”.

Após a decisão, quando os processos começaram a ser mapeados, pelo fato do ABN AMRO não ser uma corretora, constatou-se que o novo sistema precisaria de customizações, o que foi feito em tempo recorde. “Posso dizer que foi plug and play. A implementação não durou mais de dois meses desde o dia em que conhecemos a solução. Em 30 dias de trabalho conjunto, as customizações, o front-end e a conversão de todos os serviços para o modelo de APIs foram resolvidos”, comemorou.

O CTO revela que antes da implementação, precisava de, pelo menos, três pessoas envolvidas para realizar todas as atividades envolvidas no aluguel de ações. “Agora, com uma única pessoa conseguimos dar conta de todos os processos de aluguel já integrados com os sistemas da bolsa. É uma ferramenta user friendly, que dispensa treinamento. Hoje, é usado por todo o back-office do ABN AMRO Clearing Brasil”, explicou.

O executivo revela também que o payback do projeto foi imediato, principalmente, por se tratar de uma adequação mandatória por parte da B3. “A ferramenta se paga com certeza; o custo-benefício é extremamente competitivo. Esse é o segredo: ganhar menos por usuário, mas compensar na escala”, analisa.

De acordo com Teixeira, outro diferencial que pesou na escolha pelo 3FM&S foi o suporte – seja por email ou telefone. “Nunca dormi com um problema. O atendimento personalizado e a agilidade são fantásticos”, finalizou.